quinta-feira, 14 de julho de 2011

Entenda.

          Entenda que eu não quero complicações, mas isso não quer dizer que eu não esteja disposto a desafios. Tudo bem, eu passei por poucas e boas, e tenho dificuldade em confiar nas pessoas assim tão facilmente. A priori, pareço tímido, e até sou um pouco, porém, se você tiver paciência, em pouco tempo eu me sinto à vontade para te contar a respeito das minhas dores e felicidades. Já disseram que eu era frio, e eu nunca respondi a essa questão diretamente a pessoa que me julgou assim, pois na hora fiquei sem palavras e preferi ir embora. Não sou frio, como alguém pode dizer isso depois de conversar comigo por duas horas? Nem um psiquiatra conseguiria traçar minha personalidade em meses, quem dirá alguém que eu acabei de conhecer. Se o objetivo era me repelir. ele conseguiu. De qualquer forma, nunca mais o vi, então, deixemos esse assunto lá no passado mesmo. Continuando a respeito da minha falsa frieza, como alguém que chora assistindo filmes de romance, pode ser classificado como uma pessoa fria? Até onde eu sei, frieza está relacionada a palavra vazio, ausência de sentimentos. Isso é praticamente o contrário do que eu sou, mas pode exatamente ser o que eu apresento. Entenda que eu não sou como as outras pessoas, logo não sou tão extrovertido e aberto assim, sem mais nem menos. A maioria das minhas qualidades e defeitos, você só começa a enxergar depois do segundo contato, e talvez seja um defeito meu não conseguir ser tão transparente quanto os outros gostariam, mas e você, não tem defeitos também? E quando digo os outros, é porque eu me sinto bem sendo assim, embora seja bastante trágico em algumas ocasiões. Eu vou entender se você não quiser manter contato, ou achar que é cedo demais, tarde demais, complicado demais, ou que você não está preparado ou com saco. Eu disse que iria entender, o que é diferente de dizer que não vai doer. Vai doer, porque achei que você era a pessoa certa que apareceu em um momento propício. Vai doer, porque eu realmente estava interessado nas suas vivências, desejos, sonhos, rotinas. Vai doer, porque você mexeu em pedaços meus que eu nem sabia que existiam. Mas, vai doer muito mais, se você me manter preso no seu anzol, sem saber se me acolhe ou me devolve pro mar. 

sexta-feira, 8 de julho de 2011

A velha conversinha de sempre: o tempo cura.


          E essa velha conversinha é a mais confiável, porém, não quer dizer que seja fácil. Quando se diz "tempo", nunca se sabe o tempo real. Se é daqui algumas horas, meses, anos. O tempo é diferente para cada pessoa, situação. Há pessoas que vivem uma vida inteira de luto, e outras que não. O modo como uma pessoa afeta a sua vida, será diferente do modo como ela afetará a minha, e isso funciona para todo mundo. Mas assim,  o tempo cura tudo? Posso dizer que, dependendo do grau da ferida, ela pode sim ser estancada para sempre, ou, por um certo tempo. Isso vai depender muito da forma como você vai lidar com ela. Não há dor, se você consegue viver sem lembrar dela, mas como não fazer isso? Memórias são armazenadas, você querendo ou não. Quando estamos com alguém, seja por alguns minutos, vivemos alguma situação, ouvimos alguma música, e inconscientemente, guardamos aquele momento em nossa memória. E sempre, sempre que ouvirmos aquela música, aquela pessoa irá surgir na nossa cabeça, com ou sem a nossa permissão. Então, qual a solução? Se livrar de qualquer coisa que possa nos remeter a lembranças de alguém que não queremos lembrar, é uma delas. Embora algumas vezes, a própria pessoa se recusa a fazer isso, e aí... sinto muito, não há como ajudar alguém que não quer ajuda.

O tempo estanca feridas, mas não é multiprocessador.

          Eu realmente não sei como anda o meu emocional. Sinto como se o tempo ainda estivesse cuidando de assuntos não resolvidos, de muito, muito tempo atrás. Esses dias, cheguei a conclusão de que deve ser por ainda me lembrar deles com uma certa frequência. É só um relacionamento novo não dar certo, para que eu volte lá atrás, me lembre daquele (único) que deu certo, e venha a pensar: "acho que fiz besteira", "acho que aquela era a pessoa certa", entre outros. Desde então, procuro não pensar mais assim, embora seja difícil. O meu medo neste momento, é de que o tempo vá passando, passando, e eu continue tratando dessas feridas e esquecendo de viver. É claro que existem momentos que eu paro e penso: Ok, vou lá ver como andam as coisas mundo a fora. E pronto, não demora muito, até que mais um ferida aconteça, mais uma ferida nova esteja aberta. E daí eu me fecho. Sabe, eu não tenho mais tempo para ganhar e cuidar de feridas, eu realmente preciso de alguém que me dê coisas boas, que me proporcione momentos felizes... de amores correspondidos, só isso.

Deliberações.

Independente de quem seja, pessoas sempre serão enigmas, e surpreendentes. Algumas conseguem, por um certo tempo, tomar decisões que seguem uma linha de raciocínio, mas vez ou outra, vão te surpreender, ou te deixar esperando por algo que não vai acontecer. Pessoas demasiadamente enigmáticas, costumam deixar uma interrogação plantada no seu subconsciente. Eu não sei lidar com pessoas, com nenhuma delas, nem com meus próprios amigos. Pensando nisso, eu cheguei a conclusão, de como deve ser difícil para eles imaginarem o que eu quero e preciso. Às vezes eu digo que estou bem, mas na verdade preciso que corram até mim e me abracem. Outras vezes, prefiro que fiquem onde estão, e que não apareçam em hipótese alguma. Seres humanos são complicados, mas existem alguns bem piores nesse quesito. Isso remete um pouco a falta de sinceridade, em algumas situações. Quando uma pessoa diz que vai me ligar, e essa pessoa é importante, eu realmente fico esperando que o meu celular toque. E todo o resto do meu dia gira em função disso. Por que? Por esperar sempre a verdade, e o melhor das pessoas. E com que frequência isso acontece? Quase nunca. Se você for pego desprevenido, você imagina mil situações, mas não passa pela sua cabeça a verdade que você tenta não enxergar, a verdade de que a pessoa provavelmente não está interessada em você. Mas, quando você quer muito alguém, você insiste... porém, no meu caso, eu desisto logo depois. Por mais que eu venha a sofrer, me isolar, eu deixo de lado, quanto mais cedo eu aceitar a verdade, mais rápido eu consiguirei levantar a cabeça e seguir em frente. Ainda um pouco neste assunto, ouço muitas vezes conselhos de amigos, como por exemplo: "Espera, que logo logo vai aparecer alguém." Pedir para esperar é fácil, quem precisa esperar é que vai passar por uma temporada difícil. E isso, me faz lembrar dos suicidas. Não sei se é bom, ou ruim, mas eu não cresci com a coragem deles. Essa coragem de subir em um prédio e dar fim a própria vida. Se a tivesse, não sei se estaria aqui hoje, de verdade. A questão não é que eu tenha passado por coisas terrivelmente trágicas, é que todas as pequenas ruínas foram se aglomerando em volta das minhas qualidades, e posso dizer, que chegam a trancá-las algumas vezes, fazendo com que eu não seja mais nada, além de um pedaço de tecido que anda e fala. Mesmo com as músicas, os versos, poemas, filmes, as pessoas ainda tratam a vida como se fosse eterna. Deixam de fazer hoje, para fazer amanhã. Deixam os sonhos para daqui alguns anos. Que segurança é essa? De onde vem? Da fé? Eu posso ter fé, e ser inteligente o suficiente para saber que posso morrer a qualquer momento. E se você morre agora, já parou pra pensar em tantas coisas que ainda queria ter dito/feito e deixou para amanhã?

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Ele e os outros.

          Estavam a fim de sair. Marcaram de se encontrar em uma boate. Encontraram-se. Enquanto um ia buscar bebida, o outro balançava os dois braços no ar. Boa música, clima quente. O outro não volta mais, encontra um amigo próximo do bar. Alguns conhecidos se aproximam e fazem companhia para o rapaz esquecido. Logo, o outro volta e se junta a todos. Havia desejo de um, necessidade de outro. Não deu certo, não deu em nada. Um deles saciou a vontade em outro qualquer. O outro ficou lá parado. Voltaram a ficar juntos, na mesma roda. O outro avistava outro que estava próximo à saída. Fazia seu tipo, todo o seu tipo. Surgiu uma necessidade, um interesse, um desejo, vontade, paixão. Olhares se cruzaram, estavam conectados. O outro, ainda na roda, não entendeu, não compreendia, assimilou errado os fatos. Fim de festa. O outro estava parado na frente da boate, então, surge ele saindo no mesmo momento. Era ele, e não o outro. A diferença era tremenda. Não sentia por um, o que sentia pelo outro. Deu seu telefone. Esperou uma ligação, dois dias se passaram, então, desistiu de esperar. Quando desistiu, aconteceu. O telefone tocou. Marcaram de se encontrar em alguma praça, eu acho. O outro não sabe o que vai acontecer. Ele? Tampouco.  

(Aguardem por mais novidades)

Bom dia?



"Minhas mangas, minhas calças pareciam um saco. Todas as minhas roupas pareciam um saco. O quarto todo parecia um saco. Eu mesma era como um saco. " Depressões, Herta Müller.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Folhas secas.

Foto tirada por mim, em uma dessas manhãs agradáveis.

O vento é agradável. É um pouco gelado, mas há sol. No chão, as folhas secas. Em cima da terra, com seus sapatos, mulheres e homens catam essas flores secas e as jogam em uma grande caixa verde. Há quatro cadeirinhas no balanço, mas nenhuma criança, ou estão na escola, ou deixaram de ser crianças. O sol começa a avnaçar por entre as folhas verdes. Tocam meu rosto vagarosamente. Pessoas caminham, e perdem calorias. Pedalam e perdem calorias. Outras dirigem, mas não sei se perdem calorias. Acho que não. Sinal vermelho, carros e mais carros em fileiras. Agora o sol toca metade do meu rosto. Estou bonito? De certo, brilhante. Há uma vala enorme entre dois montes de terra. Há árvores, que embelezam o local. Enormes, e eu aqui tão pequenino. Algumas pessoas não trabalham pela manhã, e então, elas acordem cedo, caminham, talvez olham a paisagem, e voltam para casa, quem sabe. As mulheres e homens catam essas folhas mortas, por que? É lindo ver as folhas mortas que escorregaram das copas das árvores, deslizando-se entre os caules, tronco maciço. Até cair levemente no chão e serem pisoteadas por pessoas cruéis. "Calma aí, deixem essas aqui, depois eu as jogo fora" Eu disse. Pediram lincença, limparam onde meus pés estavam pisando, ao redor do banco, tudo. Deixaram bem limpinho, que ódio. Agora não há mais folhas, logo, não há mais motivos para eu ficar aqui, a beleza das folhas mortas estão brilhando em grandes caixas verdes. Por que?