sábado, 31 de dezembro de 2011

"Feliz ano novo amigo." Vai você!

Se no natal eu já fiquei com nojo de ver todo mundo se amando e se abraçando, mesmo o coraçãozinho estando repleto de ódio, no ano novo isso não é diferente. Aquela pessoa que não te suportou durante o ano todo vai chegar em você e te desejar coisas boas, que na verdade são coisas ruins, só que você não sabe, não sabemos. Sou tolo, inocente, babaca, e me achava esperto. A conclusão que eu chego depois de ter cometido os mesmos erros do ano passado: sou imaturo pra caralho ainda. Sou imaturo porque continuei escrevendo sobre as mesmas coisas, ou seja: ou vivenciei essas mesmas coisas (claro, não de forma idêntica, óbvio) ou eu preciso aprender a ver o lado bom das minhas experiências. Os textos menos melancólicos se perderam por aí, são poucos. E os que escrevi não perduraram por muito tempo. Há exatamente um ano atrás, eu sentei aqui e disse que permaneci rodando e rodando em um ciclo que parecia nunca fechar, e que o ano seguinte eu faria de tudo, de tudo para que ele fosse quebrado com novas surpresas, boas surpresas, sabe? Gustavo, Clara e Felipe são provas disso: eu tentei. Não tentei? Quando o destino me veio com a idéia de um novo emprego, eu aceitei, porque eu necessitava de mudanças, logo depois, me pareceu não ter sido uma boa escolha. No emprego antigo, as coisas melhoraram no exato momento que eu disse: me demito. No amor, surgiram pessoas que me lembraram o ano passado, mas eu fiz uma forcinha e disse: dessa vez vai ser diferente. Foi diferente, porque foi pior. Não sei... não sei se ainda arriscarei ano que vem. Não vou dizer que sim, nem que não. O problema é que os outros conseguem te envolver de uma forma que você se esqueça do que aprendeu, e você acaba caindo, para só depois da queda você enxergar que aquela pessoa não era diferente droga nenhuma. Então é isso. Não vou fazer promessas de ano novo dessa vez, igual fiz ano passado. "Vou ser menos otário, sentimental, de bom coração". Me fizeram de otário, fui extremamente sentimental, e o bom coração... bem, não fez muita diferença, fez? Quer saber o que eu quero pro ano novo? De verdade? Deixa pra lá! x)


"E pra vocês que tem sorte na vida: felicidade, paz, amor e tudo o que vocês desejarem aos demais, voltem em dobro pra vocês."

até ano que vem.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

"Lidar com a falta de alguém que te entenda é difícil, porém, mais difícil ainda, é encontrar essa pessoa e ela não dar a mínima pra isso."

Mais de uma vez.


Nunca imaginou. Cinco anos depois, e ainda haviam resquícios de amor, raiva, mágoa, tudo misturado. A cada passo que tentava dar, uma queda. Às vezes, pensava: era melhor viver engatinhando. Não haviam mais analgésicos que dessem jeito. Uma nova ferida abrira na cabeça, trocou o freio de trás pelo da frente, pedalava depressa, queda de bicileta. Um mês em coma no hospital. Perda de memória. Reconheceu alguns amigos, os familiares, mas não lembrava de história nenhuma. De amor, tristeza, nada. Reconheceu o outro enquanto atravessava a rua. Seu coração palpitou. Suas mãos começaram a suar. Uma timidez surgiu não sabia de onde. Eram os olhos mais lindos que já havia visto na vida. O porte baixo, a barba por fazer. Usava óculos, é... usava óculos. Parecia vir da academia. Não, da aula de música. É... da aula de... não, ele vinha do trabalho, é, do trabalho. A cada passo que dava, era como se notas de piano soassem na sua mente. Seus olhos assistiram a chuva cair. Ele continuava indo, assim mesmo, devagarzinho. O sinal já havia fechado, os carros buzinavam. O outro ria. Não sei de quê, ou de quem. Olhou para os seus sapatos, estavam desamarrados. Ele riu também. Agora os cadarços estavam sujos de lama. Quando chegou do outro lado, reconheceu o outro, parecia familiar. Amor antigo, de cinco anos atrás. Apertaram as mãos um do outro rapidamente e se despediram. Virou para a direita, olhou para o outro e pensou: onde você estava que nunca tínhamos nos esbarrado antes?

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Love is hard.


Ninguém diz isso, aliás, ninguém nem precisa dizer, não é mesmo? Hoje eu saí à noite para caminhar, colocar minhas idéias (malucas, diga-se de passagem) em ordem. Descobri que precisava amadurecer meu coração, meus modos de lidar com as situações que surgem no caminho, como processar certas emoções. Então eu parei embaixo de uma árvore. Decidi pular para tentar alcançar a folha - aparentemente - mais baixa. Pulei duas vezes, e cansei. Sentei ali perto em um banco e fiquei olhando para a árvore. Lembrei das vezes que se apaixonaram por mim (poucas pessoas conseguiram esse feito) e consequentemente, das vezes que pulei pouco e logo fiquei cansado, desistindo permanentemente logo em seguida. Talvez, se eu tivesse tentando com um pouco mais de vigor, eu não teria alcançado? Não falo de forçar sentimentos: atração, amor. Mas tentar, "ver no que vai dar"... É tão mais cômodo dizer: eu odeio cebola, ao invés de provar e depois sim, com absoluta certeza, abrir a boca e dizer: é, eu odeio cebola. As pessoas estão com muita pressa, para parar um pouco e tentar, mas tentar com vontade. Querem tudo de mão beijada, que a felicidade bata três vezes na porta, e que se estiver trancada, ela que dê seu jeito e pule pela janela dos fundos. Assim como a tecnologia fez com que os outros chamassem meus brinquedos antigos de ultrapassados, uma hora os seres humanos irão fazer a mesma coisa com os sentimentos. "Amor? Isso é tão séxulo XXI".

introspecção.


É só você que gosta de sair na rua de madrugada, com fones de ouvido, escutando os solos no piano by Dustin O'Halloran. É só você que mete os pés pelas mãos, coloca a carroça na corcunda do boi, esquece de tirar o veneno da cobra depois da picada. Acorda com o pé esquerdo, bate o dedo mindinho na quina da porta, e ainda assim, consegue soltar uma gargalhada, e um 'filha da puta!' logo em seguida. Agora vai até eles e diz que você ama chuva, tempo cinzento e odeia quando o sol surge lá no alto, pra você ver. Só você vai entender esse coração que não amadurece, que não cria barba, nunca, sempre aquele garoto do ensino fundamental, que escrevia cartas, desenhava vários corações e gastava um vidro de perfume inteiro molhando o papel. De, para, com amor. Que entregava para a pessoa amada, e dizia logo em seguida: não precisa me amar de volta, ou responder alguma coisa, isso é só pra... você saber. Quantas vezes você não disse isso? Quantas vezes? Tudo mentira. Você queria que voltassem, e te surpreendessem. Embora isso nunca tenha acontecido. Mas vai acontecer, não vai? Eu sei que você ainda acredita nisso, mesmo sem forças, mesmo não querendo. Às vezes eu digo não vai, mas você prefere ouvir esse coração bobo. E olha quantas cicatrizes você arrumou esse ano. Não, dores não, aprendizados, como eles costumam chamar. O que não faz com que eles fiquem menos feios. Dar apelidos não estanca a ferida, infelizmente. Eu sei, você está cansado de aprender, e eu também estaria se estivesse no seu lugar, mas como não estou... só me resta rezar. Fica tranquilo, talvez você não ache alguém que goste exatamente das mesmas coisas que você mas, com certeza, essa pessoa vai querer ouvir os motivos de você gostar dessas particularidades.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Outsider






Hoje eu descobri que existe um nome para aquelas pessoas que não se encaixam em turma nenhuma. Me lembro do meu colegial, da solidão que era ficar no quarto escrevendo cartas de amor no fim do caderno, de como era ruim não combinar com ninguém, porque nunca ninguém gostou das mesmas coisas que eu. Porque eu busco coisas que não tem mais valor para as pessoas, sabe? As pessoas exigem demais, não se contentam com o simples da vida, porque o simples da vida é mirabolante demais hoje em dia. Mas aí eu estava sozinho aqui, e encontrava alguém parecido comigo, mas ele não estava pelas redondezas, era sempre alguém de longe, de outra cidade, de outro país. E isso dava uma certa felicidade no começo, mas depois já não fazia mais sentido. É que essas coisas a kilômetros de distância não dão certo comigo. Não sei manter amizades nem a curta distância, quem dirá via internet? Isso não existe pra mim. Já tentei, mas... não dá certo, não funciona. Eu sempre canso de manter contato. Assim como na minha cidade, as pessoas sempre cansam de manter contato comigo, porque de certa forma eu não dou assistência, e quando dou, é para as pessoas erradas, pessoas que não estão nem aí. Não sei se passar o natal sozinho fez com que eu chegasse a essa conclusão, de que eu não pertenço a lugar nenhum. Não fiquei amargo, eu ainda acredito nas mesmas coisas. Vou morrer acreditando. Só acho que chegou a hora de não criar mais expectativas, porque eu sempre me decepciono. E é engraçado, porque eu sempre espero o mínimo, e juro, juro pra vocês, esse mínimo é 1% de 100, é quase nada, e mesmo assim, eu termino frustrado. Sou praticamente o meio do filme Home Alone, só que sem a parte final, só que sem esperar que alguém apareça, abra a porta e diga: eu voltei.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Meu amor foi embora em um balão.


Não deixa pra depois. No 'depois' quem sabe onde eu vou estar? A gente sempre deixa de cuidar de alguém quando já tem na mão. Você me perguntou se eu tinha alguém, eu disse a verdade: ele foi embora em um balão. Sou grato a ele, sim, sou. Eu estava murcho, sem cor, carente de ar. Não o meu ar, o ar de outro, algum oxigênio para compartilhar. Mas não se engane, eu estava sobrevivendo bem sozinho. Só foi bom... foi bom me ver colorido, lá no alto. Estava cansado de ser preto e branco, dormir sempre em chão frio. Eu provei do carinho antes de dormir e gostei. Dormi de conchinha... é conchinha que diz, não é? Ah, estava dando... mas um balão só tem lugar para duas pessoas meu bem, mais de duas ele se espatifa no chão. Pelo menos o meu é assim, o seu não? Preferi pular lá de cima. A queda é sempre dolorida, não importa de que altura você caia. Quanto tempo vai doer, ninguém sabe. A gente vai vivendo como pode, até que um dia cicatriza, porque tudo nessa vida passa, felicidade não é eterna, a dor então... também foi embora no balão. Eu não disse pra ele, mas está tudo impregnado lá, nos presentes, nas cartas. Essa dor já não é mais problema meu, e talvez, nem dele. Bem, se você acredita ou não nessa história, também é problema teu.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

é domingo pra se enfeitar?


Tem horas que a gente pensa que acabou o açúcar do fundo do copo, no pote, em tudo. E lá vou eu e bebo tudo amargo. Vou bebendo amargo na segunda, na quinta, no domingo. Vou me acostumando, na terça, na sexta, em todas as feiras. Não há mais gelo na bebida, comida fria. Acho um caco de vidro no sapato, preguiça de desamarrar o cadarço, deixo lá... e vai sangrando, sangrando, sangrando... até que amanhece outro dia. Continuo com a mesma rotina: dois ônibus até o trabalho, um até a livraria, outro até a universidade, e um último até deus sabe onde, às vezes casa, às vezes barzinho, às vezes salto do ônibus em qualquer parada e decido andar sozinho. Procuro qualquer música triste, coloco os fones de ouvido, as duas mãos no bolso da calça, não, uma mão apenas no bolso da calça, a outra procurando pensamentos desfeitos na cabeça. A surpresa maior, foi numa noite dessas qualquer de quinta... encontrei um pote de açúcar enorme na cozinha. E eu fui adoçando as segundas, as quintas, todos os meus dias. E fui me acostumando com essa doçura toda. Mas não vou negar não, tenho medo de acordar no dia seguinte e não ter açúcar na mesa. E aí vou voltar para a amargura, e será que vou me acostumar de novo? Será? Disseram que os melhores açúcares não duravam muito não, é verdade?

domingo, 18 de dezembro de 2011

When love happens.

Ele estava lá segurando minha mão quando minha mãe partiu. Ele fez café da manhã e trouxe na cama, quando eu passei a noite inteira acordado com dor de ouvido. Ele cantou no violão, mesmo sem saber o que estava fazendo. Ele batizou uma música como "nossa" e sempre que tocava eu lembrava dele. Ele fez questão de ficar comigo no hospital, quando precisei doar sangue para um parente acidentado. Ele me trouxe em casa de madrugada, mesmo eu estando de carro naquela noite. Ele não me deu presente de grande valor financeiro no dias dos namorados, mas me levou ao cinema, e depois olhamos o céu estrelado juntos. Isso vale mais que qualquer presente caro. Ele me apresentou aos amigos dele, e continuou comigo mesmo sem a aprovação dos mesmos. Ele me mandava sms dizendo "boa sorte" toda vez que tinha prova na faculdade. Ele me desejava bom dia, boa tarde e boa noite. Ele não se importava em estar sempre por perto, em atravessar a cidade só para dizer "oi, tudo bem?" e logo em seguida atravessar a cidade de novo e dormir, dormir feliz, segundo ele. Ele não gastava muitos centavos comigo, mas me deixava tomar conta do tempo dele, e era isso que importava. Ele disse que me amava. Chovia, e eu mal podia ouvir a voz dele pelo celular. Então a gente se encontrou no meio da rua, no meio da chuva, e ele disse olhando nos meus olhos tudo de novo, e mais um pouco. Ele segurou minha mão em uma tarde e disse que nunca iria embora como os outros. Mas, o problema é só um: ele nunca existiu.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Quem é você?


Quem é você para entrar sem ser convidado, esperado, aguardado? Não bate palma, não pergunta se tem alguém na casa, apenas vai entrando, sem nem me conhecer, sem saber quem eu sou. De onde você veio, quais são suas raízes, onde você trabalha, o que faz para ganhar a vida? Vem cá, eu não tenho todo o tempo do mundo, para ser mais exato, tenho apenas trinta minutos antes de voltar para aquela sala fria, atender telefonemas, vender produtos, ganhar rugas novas na testa. Então anda, me diz, me fala qualquer coisa que eu precise saber de você, porque não lembro de ter te dado meu número, ou dito onde eu morava. Paguei caro pela segurança, novos cadeados, fechaduras, senhas, e olha aí, agora está tudo revirado. Demorei tanto tempo para colocar tudo no lugar, e agora não me reconheço mais. Levanto de manhã, na frente do espelho: outra pessoa. Cadê aquele cara impaciente que morava aqui? Desde quando eu faço comida fresca? Onde estão os congelados, enlatados? Quem colocou esse vaso com plantas perto da cabeceira da minha cama? Quem limpou o quarto e trocou as persianas? Quem botou esse sorriso de orelha a orelha no meu rosto? Até a tinta do meu quarto parece estar mais viva. Quem é você, quem é você?

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Ei... surpresa!

A gente acha que as coisas têm que acontecer de certa forma, porque acreditamos ser essa a "forma" que dá certo, que é desse jeito que tem que ser, que se não for ao virar da esquina, tudo poderá dar errado. A verdade é que essas coisas, que tanto pedimos, anseiamos, às vezes vem de forma simples, como um sopro. Provavelmente sendo lapidada há algum tempo, sem que nós percebessémos , para chegar sem nenhum defeito, não da maneira como queríamos ou vemos nos filmes, melhor, você entende? Chegamos a ficar com aquele sorriso bobo, brisa de tranquilidade, uma vontade de ver as horas voarem, só para que as coisas possam estar funcionando juntas de novo, ali, lado a lado. É verdade, em alguns casos, relutamos muito contra a decisão que, às vezes, a vida acaba tomando pela gente. Ela acha que não te serve e tenta excluir. Você não entende e prende. Quanto mais preso fica, mais doloroso é. Algumas pessoas infelizmente, tem que partir. O lugar delas não é ali, e quando a vida toma essa decisão por ti, meu amigo, confie nela, algo bom está por vir. É difícil de acreditar, até que ela te surpreende: surpresa! Você não esperava, e então as palavras fogem, e voltam mais tarde durante o sono, enquanto há a ausência do outro. E então quando estão juntos, tudo volta a ficar em silêncio de novo. Mas você sente, sente bem lá no fundo, de tudo, que aquilo é diferente, diferente de tudo que foi vivido, só esperando que você diga: tudo bem, eu deixo você entrar.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A vida é feita de escolhas.




Escolha ser feliz.

A single man.



É tempo de empurrar a poeira para debaixo do tapete, e se isso significa empurrar pessoas junto também... que seja. Pare de se importar com quem não se importa com você. Enquanto você lamenta, sofre, relê as cartas que não foram entregues, a outra pessoa dança, sorri e vive a vida tranquilamente. Quem está fazendo a coisa errada? Você ou ela? Apenas um dos dois está desperdiçando tempo, e você sabe muito bem quem é. Se as coisas continuarem como estão, daqui algum tempo, só irão haver frustrações. "Por que eu perdi tempo pensando nele?" ou "Por que eu não me foquei naquele projeto?". Ponha a mão na consciência, rápido. Você está recebendo todo o armamento que precisa para esquecer alguém: a indiferença dela. Faça o mesmo. Há tantos problemas a serem resolvidos, e você gastando energia com situações desnecessárias. Estude, aproveite os amigos, jogue video-game, faça exercício físico, ou qualquer coisa que você goste. Não há mais tempo na agenda para "pensar nele", risque isso, jogue no lixo e coloque-se em primeiro lugar. É isso ou - literalmente - morrer de amor.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O contrário de se apaixonar.

Frio correndo na espinha, "borboletas" no estômago, suor na palma das mãos. Não demora mais que alguns segundos. É como um estalo, mais rápido que um verso. Basta olhar, e pronto. O contrário disso é lento, em conta-gotas. Nos primeiros dias, ela é a primeira pessoa que surge na cabeça. Você procura seu celular entre o quarto bagunçado, o encontra sem bateria, coloca para carregar, e quando vai mandar uma mensagem de texto, vem a segunda lembrança do dia: vocês terminaram. "Não tem tem nada de mal em mandar uma mensagem, tem?" Tem, vocês não estão mais juntos, ele não espera receber nada seu. Pior, ele provavelmente já te esqueceu. O trem andou, seguiu viagem. Você? Ainda o aguarda na estação. Eu sei, é inevitável. "Ele pode voltar, vou deixar a porta entreaberta." Desculpa ser sincero, aceite o quanto antes, surpresas não vão acontecer. Ele não vai voltar arrependido com o rosto molhado, pedindo desculpa. É meu caro, esquecer é difícil. Nunca estamos preparados para uma perca. Não é como um objeto emprestado, que sabemos de antemão que ele irá voltar para o dono em breve, embora a sua história tenha sido parecida, não é verdade? Então, ele nunca foi seu. Como você não fazia idéia, eu não te culpo. Agora levanta, sai dessa cama, dá algumas passos lentos até cozinha, toma um copo de leite e segue tua vida, segue tua vida o quanto antes. Um dia... qualquer dia desses, você nem vai lembrar de deixar a porta entreaberta, vai por mim.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Passado presente.

Mas você vai lembrar à primeira vista: das nossas mãos entrelaçadas, a tua respiração ofegante, os lençóis pelo chão, a cama ainda desarrumada da noite anterior. Do banquete, do gelado, das torradas. A sua mão na minha coxa, a outra por dentro da blusa. Minha mão na tua nuca, a outra no volante. A chuva tentando penetrar o telhado, você sussurrando coisas, cada gota era uma palavra de amor. Não tinha que amanhecer, mas amanheceu. As folhas secaram, a cama foi arrumada, não havia café, não havia lençóis no chão, não havia você, não havia mais nada.
 
[qualquer texto que não possua referência, é de minha autoria.]

domingo, 4 de dezembro de 2011

Coisas bonitas também machucam.

Assim como a rosa possui espinhos, o amor também. Comigo funciona sempre tal qual como é com as rosas: quando tento pegar, sangra. Já tentei de todas as formas. Delicadamente, bruscamente, tirando pela raiz, mas não consigo... o amor só é lindo se visto de longe. Só é bonito quando vejo casais passeando na rua, quando um casal de amigos divide sorvete na minha frente. Quantas vezes não disse que o amor não foi feito para mim? Milhares. E quantas vezes provaram que eu estava errado? Nenhuma. Sabe aquela história do "até que se prove o contrário"? Pois é.

sábado, 3 de dezembro de 2011

virgile em: talvez uma história de amor


"Há poucas experiências tão dolorosas quanto uma ruptura. A separação é vivida como um atentado planejado meticulosamente, pois a bomba foi colocada bem no nosso coração: é impossível escapar da violência de sua deflagração." Pág.09


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Conheci o Martin lendo "Como me tornei estúpido", e foi um dos melhores livros que li em 2011. Agora, me dei de presente essa obra-prima da foto. Os personagens principais do Martin se parecem comigo, eu me identifico muito. Estão sempre sozinhos e são observadores. É o livro atual da minha cabeceira.


#Recomendo

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Sobre relacionamentos.

Não me considero bonito como alguns dizem, nem feio como outros opinam por trás. Sou normal, comum. Não tenho a pretensão de arrancar suspiros, não tenho mais pretensão de nada. Queria ter levado esse ano nas costas de uma forma menos emocional, mas a gente nunca sabe quando alguém irá cruzar nosso caminho, não é mesmo? Não há como nos julgarmos inteligentes quando o assunto é relacionamento, eles nos deixam burros - eles não, o amor - independente da experiência que a gente tenha adquirido. Você teme que algumas coisas sejam arrancadas, mas sempre acaba arriscando. O gosto da curiosidade é delicioso demais, e você quer beber, beber... e ver o que tem lá no fim do copo. Não deveria existir final do copo, nem escassez de bebida, nem amores que terminam antes mesmo de nos acostumarmos sem eles. Esse aprendizado todo é dolorido demais, tem as unhas afiadas, rasgam o peito, esfarelam seu coração em poucos segundos. Eu queria ser menos curioso, não consigo. Sempre que pinta uma oportunidade de ser feliz, eu vou lá dar uma conferida. De repente, enquanto tudo parecia estar bem, o diretor invade a cena, pede que todos se retirem e manda todos voltarem no dia seguinte. Fim de gravação.