sábado, 30 de junho de 2012

A culpa é sua por estar sozinho.


Passa o dia reclamando no meu ouvido que não tem ninguém, que não aguenta mais ficar sozinho, que não entende porque ninguém quer algo sério com ele. Eu, que vejo de longe, diria que ninguém quer ele nem pra sexo, quanto mais pra um relacionamento sério. Claro, nunca diria isso, são coisas que morrem no pensamento. A verdade é que a culpa dessa solidão toda, é dele mesmo. É o tipo de pessoa que tem carro, dinheiro e beleza, e no mundo interesseiro - onde bens materiais valem mais que qualquer coisa - que vivemos, é inevitável vermos alguém assim solteiro sem nos questionarmos: por que ele está sozinho? Com todos esses atributos, nem que fosse por interesse - que óbvio, deixo claro que eu abomino gente interesseira - alguém estaria com ele. Depois que eu parei para pensar um pouco melhor, descobri que ninguém conseguia ficar muito tempo próximo dele. De dez pessoas que saíram com ele: cinco disseram que ele só falava asneira, três não paravam de olhar para o relógio e as outras duas cancelaram o encontro porque ele não parava de mandar sms perguntando coisas do tipo "por que você ainda não foi se arrumar? estou te vendo online no chat do facebook". Como se isso não bastasse, a criatura é insegura. Sou gordo demais, sou feio demais, meu rosto é quadrado demais, essa calça não combina comigo, entre outros. Como se isso também não bastasse, a pessoa é mais séria que padre rezando missa. Não acha nada engraçado e não dá uma pausa no assunto sobre a política mundial para falar algo mais informal. O cara é um verdadeiro porre de cerveja quente. Sair com ele por uma noite, é a receita infalível para acordar no outro dia com a cara no vaso sanitário, colocando cada momento da conversa pra fora. Já do outro lado da rua, existem pessoas que não tem culpa  por estarem sozinhas, mas sobre isso eu falo outra hora. Agora deixa eu voltar pra mesa antes que eu receba algum sms desesperado.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Guarda-chuva.




Me relacionar com você foi como aprender a andar de bicicleta. Nos primeiros meses: as rodinhas. Você segurando meu banco com uma das mãos, dizendo está tudo bem, se você cair eu te seguro. Cinco meses depois, você já me dava confiança suficiente para tirar as rodinhas, e até arriscar andar sem uma das mãos. Velocidade máxima, sem medo algum de cair no asfalto e ralar todo o corpo. E todo dia eu inventava uma manobra diferente, uma maneira de te surpreender quase que todos os dias. Até que você foi ficando nem aí. Nem aí para minhas habilidades, nem aí para os meus jantares, nem aí para os meus cafunés antes de dormir, nem aí pra nada. De repente, me vi com medo de descer uma ladeira. De repente, eu não sabia mais se, caso eu caísse, você estaria lá para me salvar de uma queda, de machucar as costas, de ralar o joelho. Hoje, vindo para a faculdade, esqueci meu guarda-chuva de propósito, sabia que você levava um consigo na mochila e esperava que as coisas mudassem depois que você me sentisse mais próximo, minha mão direita e a sua esquerda, quase que uma por cima da outra. Como se segurássemos nosso relacionamento, impedindo a água de entrar e acabar com tudo: com os planos futuros, com o que ainda restava de amor, que pelo menos da minha parte ainda persistia em existir. Você começou a tentar explicar de várias formas que não gostava mais de mim, tentando fazer com que eu entendesse da melhor maneira possível que a culpa não era minha e nem sua, ou da outra pessoa que você conheceu dias atrás.

Você dizia que era normal, que as coisas acabam,
que chega um dia que simplesmente chove e a
chuva acaba levando tudo.
Eu gritando, revidava: 
A chuva só leva terra que é fraca,
casa que não está bem fincada.

E completava logo em seguida, antes que você me interrompesse: demora um certo tempo até as nuvens ficarem cinzas, uma chuva torrencial dessas não cai de uma hora para outra. Então, um pingo driblou a proteção - não sei bem ao certo se era pingo ou lágrima - e molhou o meu rosto. Foi quando eu desisti. Foi quando eu preferi parar de discutir. Foi quando eu pulei da bicicleta enquanto descia ladeira abaixo. Eu sabia que iria me esborrachar no chão, mas que seria melhor pular a ter que bater em cheio no muro. Você? Ah, você continuou. Eu fiquei. O corpo todo molhado, esgotado. A alma toda encharcada, dilaceradaComo sempre, em toda história de amor que eu me meto: sou sempre a parte que termina ensopada.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O hétero água e o homossexual azeite.


          Existe um preconceito contra os homossexuais por parte da sociedade, isso é indiscutível. Mas existe um tipo de homossexual que se coloca acima dos demais a sua volta, e este eu costumo chamar de: o homossexual azeite. Imagine que a água são os héteros e pronto. Compreenderam? O homossexual azeite não se mistura, se auto coloca de lado, se exclui, porque acha que o gosto dele é sempre melhor e mais refinado. Não curte música sertaneja, só bebe absolut com energético, e quando está em uma roda onde existem alguns héteros, sempre faz questão de criticar alguma coisa dizendo: isso é coisa de hétero. O homossexual azeite separa tudo em caixas. Preferências do mundo hétero e preferências do mundo gay.
          Para ele, não é permitido gostar de nada do mundo distinto. Para ele, não é permitido ter muitos amigos que não sejam do seu próprio círculo de orientação sexual igual. E mesmo que você seja gay, um homossexual azeite vai te criticar se você resolver aparecer em uma festa usando blusa social, porque blusa social é coisa de hétero. Se você preferir futebol ao invés de vôlei, sai de perto. A última coisa que ele vai fazer é acreditar em você. Provavelmente vai falar que é só para manter aparências, que no fundo, no fundo, a sua vontade mesmo era de sacar a bola, e não chutar. O homossexual azeite é desprezível, e ao contrário do óleo que conhecemos, não possui nada, nada de bom. Não faz bem a saúde, não fica bem na salada, e se misturado junto com o hétero água, ele vai sempre achar que está por cima.

domingo, 24 de junho de 2012

Procura-se por pessoas inteiras...


Procura-se por pessoas de carne, osso, ombro, pescoço e coração aberto. Procura-se por pessoas destemidas, dispostas a correr riscos, a dar o coração na mão de estranhos. Dispenso pessoas com peças em manutenção, beiradas roídas, amor dividido, transbordando em dúvidas e incertezas. Não quero sobras, ninguém vive delas. Eu quero o show inteiro, toda a atenção, menos do que isso devia ser crime. A verdade é que já não se encontra mais pessoas inteiras. É cada vez mais comum encontrarmos pessoas vivendo uma vida pelo meio, alguns sentimentos aqui, outros no passado. Se denominam sozinhas, livres, mas há sempre um motivo no antes que atrapalha o agora. É uma decepção amar tanto alguém, e descobrir apenas meses depois que há tanta coisa faltando, que há tanta coisa sendo feita preguiçosamente e dita de forma forçada, como se houvesse um roteiro escondido no banco de trás do carro ou colado no teto do quarto. Se não for pra sonhar junto comigo, ser pista de pouso, abraço no final do dia depois do trabalho, eu não aceito. Não me dedico por quem não tem coragem de ligar perguntando se eu estou bem, com vinte e dois já vivi mais do que muitos imaginam, sei o que eu quero e o que eu não quero. Procuro por pessoas inteiras: ou toca, ou não toca.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

O "nada" é um problemão.

A: Por que você está triste?
B: Ah, não é nada.

O nada é o desconhecido, é a sombra que passa pela porta segundos antes de pegar no sono. É o não identificável. E o resultado disso tudo é assustador. Não saber de onde a tristeza vem é um problemão. A gente cura ressaca com coca-cola gelada ou um banho frio. Cura gripe com chá de alho e limão. Esconde feridas com band-aid. E dores anônimas, a gente cura como? Não se sabe de onde veio, por que veio, como veio. Não se sabe quando ela vai embora, quanto tempo fica, se é hóspede passageiro ou de tempo integral. Acordei com essa sensação de dor. Como se tudo por fora estivesse perfeitamente bem, mas por dentro as coisas não se alinhavam, coração bombeando sangue em direção  inversa, anormal. O pulmão respirando com dificuldade, com preguiça. Acordei com essa vontade de colo, com uma vontade incalculável de deitar a cabeça em um par de pernas e sentir uma mão ou duas passeando por entre meus cabelos. Sem que me perguntassem nada, sem que me perguntassem o por que de nada. Só sentindo a respiração tranquila tentando tranquilizar a minha respiração também, que agora já parecia um pouco mais normalizada. Quem sabe chorar as dores de amores passados, das vezes que bati com a cara na porta, das vezes que nem achei as tais "portas". Quem sabe chorar de um filme que vi há anos ou a ausência de amigos que já não vejo há tanto tempo. Dores que vem do nada são como um tiro no peito a queima roupa. Mas se engana quem acha que elas estão ali sem motivo nenhum. É justamente o contrário. Os motivos são vários, dezenas, milhares. E aí o fato de não sabermos identificá-la, sabermos exatamente do que se trata. São as decepções e as falhas, todas acumuladas, vindo de uma vez só. você começa a ver o jornal, e uma chacina que aconteceu lá na Suícia começa a fazer com que teus olhos encham de lágrimas. E você não sabe se está chorando pelos feridos da Suíça ou pelas próprias feridas, porque você não tem paciência para descobrir de onde essas dores estão vindo, você só quer que alguém apareça e te ofereça um lenço, uma bebida quente e um colo.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

A última página do livro.

Enquanto andava pelo centro da cidade onde nascera, Clara - de cabelos curtos, negros e olhos grandes - identificou Caio a alguns metros de distância. Tentando dar meia volta, entrou na primeira loja para que um desencontro nada agrádável viesse a acontecer. Pensou consigo mesmo: que boba, por que eu não continuei andando e o cumprimentei? que boba, repetiu. Permaneceu agachada na loja de roupas, fingindo que procurava por uma saia, embora não gostasse de saias, e muito menos de parar em lojas no horário de almoço. Para o leitor que desconhece a história, Caio já teve um relacionamento com Clara de quatro meses, que acabou após a moça descobrir que o príncipe que veio em um corolla branco, não era tão límpido e casto como imaginava. Caio tinha um relacionamento paralelo de vários anos com outra garota, que se chamava Débora, sem que nem uma e nem a outra desconfiassem de nada. Perdidamente apaixonada, Clara ficou cega, embora toda essa história estivesse a um palmo do seu nariz. Mesmo depois do término do namoro, os dois se encontraram algumas vezes, e transaram outras tantas. Ela estava solteira, não tinha obrigação de ser fiel com ninguém, e há muito havia desistido de ser fiel consigo mesma. Caio nunca transparecia ter outra pessoa, e isso fazia com que os encontros entre eles fossem algo palpável, como se fossem um casal de verdade, como se depois dali, o rapaz não fosse encontrar mais ninguém, agarraria uma foto sua e dormisse sozinho, de conchinha com o travesseiro. Substitua travesseiro por Débora e aí temos toda a trama estapafúrdia. A verdade é que a moça não conseguia sentir raiva alguma por ele, apesar de ter sido traída durante esses meses que estiveram namorando, apesar de ter sido ele quem pediu a mão dela em namoro, apesar de ter sido ele quem alimentou as esperanças que estavam resguardadas com tanta devoção. O que os olhos de Clara nunca viram, o coração nunca sentiu, fazia sentido. Assim que resolveu sair da loja, achando que o "pesadelo" estivesse terminado, ela passou por uma lanchonete que ficava ali perto, e viu Caio sentado com Débora, dividindo um copo enorme de milkshake de chocolate, tal qual fizera com ela há algum tempo atrás. Se sentiu mal. Pela primeira vez se viu como "a outra", a amante, a válvula de escape, a sempre disponível para os finais de semana em que ele desejasse, e decidiu então que não queria isso para si mesma, nunca mais. Apressou o passo para não ser vista, pegou o celular na bolsa, ameaçou ligar para ver se ele ia atender, devolveu o celular ao bolso da calça, enxugou qualquer resquício de lágrima que brotava no peito, colocou o óculos escuro e se sentiu aliviada, como se tivesse tirado um peso de 79 kilos (Ou mais, já que ele parecia mais gordo do que antes) das costas. Ficou feliz de ter terminado - finalmente - de escrever esse livro, o qual não sabia mais se continuava lendo ou jogava no lixo. No final das contas, fez o que devia ter feito há muito tempo: editar o último capítulo e devolver aquela história à prateleira. Escreveu em uma tira branca "não reler" e colou na superfície do livro, abaixo do título que dizia: proibido reler em todos os momentos sem exceção.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Memórias são navalhas.

Criar memórias é regra, não há como fugir das benditas. Às vezes, antes mesmo que você as viva, lá estão elas, chegando sorrateiramente., preparadas para dar o bote a qualquer instante. Das memórias boas a gente lembra com carinho, mesmo quando o que a gente achava que aquilo iria funcionar, mas não funcionou. O problema é quando termina tudo de forma revirada, às avessas, aquela música começa a tocar em todas as rádios, e a nossa vontade é arremessar o som do carro pela janela. O shampoo de menta que faz arder os olhos e nos lembra da primeira vez que tomamos banhos juntos. Quando eu começo a fazer brigadeiro, é inevitável, só consigo ouvir você dizendo: mas você é viciado em chocolate, né? E aí eu desisto, vou preparar um pavê, um mousse. Não dá pra se livrar dessas memórias, elas vão ficar guardadas para o resto da vida. Com o passar dos meses, elas vão ficando cada vez mais fracas, vão dilacerando cada vez menos. Com o surgimento de novos personagens e novas memórias, as navalhas cegas vão sendo jogadas fora, descartadas. Novas histórias se criam, umas por cima das outras. Memória pode ser um bicho papão ou uma válvula de escape para os problemas cotidianos. Uma fresta de luz ou total escuridão. Por fim, memórias podem ser doces, podem ser azedas, mas nunca, nunca insossas.

sábado, 16 de junho de 2012

Se você o ama, dê tudo de si.

Fecha os olhos, eu tenho uma surpresa. O que é? Fica quieto rapaz, se não estraga. Posso abrir? Não. Nem a porta? Ah, a porta sim, é claro. Cuidado com o degrau. Já posso abrir? Sim, pode. Nossa... você fez isso tudo? Sério? Sozinho? Alguém te ajudou? Não acredito, tem até velas! Ele jogou a bolsa no sofá da sala e ficou fotografando a mesa, provavelmente para postar no facebook mais tarde. Nunca fui muito fã dele postar - quase - tudo que ele faz (ou que nós fazemos juntos) nas redes sociais, mas depois de uma conversa ele até que tem postado menos. E aí gostou? Muito! Há duas semanas você disse que gostaria de aprender a cozinhar, lembra? Eu fiz um curso bem rápido e aprendi a fazer isso aí que você está vendo na mesa. Eu fiz o curso porque eu quero ficar mais perto de você. Como assim? Bem, agora eu posso te ensinar, assim a gente não precisa ficar longe um do outro na hora do curso, entendeu? Mas e seu trabalho no interior? Eu pedi transferência. Bem, aqui eu vou receber um pouco menos, mas nada que me fizesse reconsiderar a ideia. E por que você está fazendo isso? Porque a gente tem estado longe. Eu me sinto longe, e consequentemente você vai me sentir longe também. Mas eu entendo... é seu trabalho. Eu sei que você entende, e todos os dias eu te agradeço por isso, por você ser sempre tão compreensível. Só que sinto sua falta do meu lado quando estou no interior trabalhando, e de noite quando ouço sua voz no telefone, dá vontade de vir correndo e te agarrar assim que você abrir a porta. E eu mudo minha rotina por você, se precisar, se for pra ficar mais juntinho. Você cedeu quando saiu de casa por minha causa, porque seus pais não aceitavam o nosso namoro. Você merecia que eu cedesse também. Porque quando a gente ama alguém de verdade, nós sempre aprendemos a ceder um pouco, a mudar o que for mutável, a pegar atalhos, aprender a chegar mais cedo em casa, o caminho mais curto. Quero chegar em casa todo dia e te pegar acordado, nem que seja levemente acordado, pra gente terminar de assistir o jornal grudadinho, brigar pelo cobertor, pedir para o outro se levantar para apagar a luz. Chegar em casa e ver você dormindo também é lindo, mas é mais lindo ainda quando eu te assisto pegar no sono. Isso não é um sonho, é? Não sei, mas por via das dúvidas, não me belisca. Te amo, dorme bem.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Reticências.

Não suporto relacionamentos que terminam com três pontinhos. Não suporto gente reticência. que nunda dá ponto final em nada. Usa vírgula, acento, til, mas nunca o ponto final. Nunca diz adeus, se despede, última cartada. Deixa sempre no ar aquela de que pode acontecer alguma coisa daqui um mês, um ano, tanto faz. Não suporto gente que não quer, mas que tenta te manter no anzol a qualquer custo. Como amante, segunda opção, guarda-costas, conselheiro ou conhecido. não dá de ficar começando um livro atrás do outro, sem dar um final para as histórias, levando de qualquer jeito, com se ser humano fosse personagem de ficção. Não procura por perguntas, se você não estiver afim de descobrir as respostas. Não procura alguém, se você não estiver afim de receber uma ligação no meio da madrugada. Não tente achar mel, onde não há abelhas. Eu só levo uma ferroada, duas está fora do cardápio.

sábado, 2 de junho de 2012

Ser fiel é uma questão de caráter.

A: Desculpa.
B: Você não precisa pedir desculpa.
A: Claro que preciso, eu errei, eu te traí.
B: Sim... e é normal, você é assim.
A: Não, eu não cometerei esse erro de novo.
B: E como que fica minha confiança? Me fala... Não dá, quando você receber um sms de madrugada, eu não vou conseguir mais acreditar que é um colega do trabalho.
A: Você sabe que nós estávamos brigados.
B: Sim, eu sei, mas a culpa era sua também e nem por isso eu me deitei com o primeiro que apareceu. Se você quer saber, isso nem passou pela minha cabeça. Enquanto você estava lá ajeitando sua calça, eu estava tentando consertar nós dois, pensando em uma maneira de fazer isso voltar a funcionar.
A: Você está fazendo com que eu me sinta culpado.
B: Não... só quero que você pare de tentar se explicar. Ser fiel é uma questão de caráter, só isso.
A: Mas há pessoas que passam por cima disso n'uma boa.
B: Eu sei, e eu não sou uma dessas pessoas.